Big Data
Diego Bonilla, Rodolfo Mata, Miguel Ortiz Ulloa, Carole Chargueron
"Big Data", de Rodolfo Mata e Diego Bonilla, é um poema eletrônico gerador de vídeos que explora a coleta e o processamento massivo de dados pessoais no ambiente digital. O poema antecipa um futuro em que as informações pessoais são coletadas não apenas por atividades individuais, mas também por meio de sensores da Internet das Coisas, gerando uma “onisciência” tecnológica com fins persuasivos.
A cada execução, o poema produz uma versão única por meio de um sistema generativo e permutacional que segue caminhos preprogramados para manter a coerência gramatical e semântica em espanhol. A obra é apresentada por 30 pessoas da Cidade do México, cujas vozes e gestos sugerem uma vasta base de dados humana, ocultando a edição automática e criando uma continuidade visual que enfatiza a sensação de vigilância e controle.
Em paralelo, um fractal tridimensional na visualização representa uma base de dados dinâmica, composta por cubos que se expandem e contraem, simulando uma paisagem de informação em perpétuo movimento. Esse fractal evoca a profundidade e a complexidade do Big Data, com estruturas que parecem “respirar” em uma representação tão atraente quanto inquietante.
O design sonoro eletroacústico, único em cada regeneração, integra texto e visual, adicionando um matiz emocional e reforçando o conceito do poema. A obra, em sua totalidade, reflete sobre o papel da tecnologia na vida contemporânea e sua capacidade de definir a existência humana por meio da manipulação massiva de dados.
Diego Bonilla é professor na California State University, Sacramento, e no Instituto de Investigações Filológicas da UNAM. Seu trabalho abrange literatura eletrônica, realidade virtual e humanidades digitais. Seus projetos mais notáveis incluem "Scholarly Stanzas" (2023), uma colaboração entre humanos e inteligência artificial que explora teorias da comunicação, e "Big Data" (2019), um poema-vídeo generativo que foi finalista do Prêmio Coover. Seus filmes de realidade virtual "Pitched Together" (2024) e "Uku Pacha" (2021) receberam reconhecimento internacional. Sua obra pioneira "A Space of Time" (2003) ganhou o primeiro prêmio no Festival Internacional de Cinema de Moscou. É coautor de "Tablada hipertextual" (2020), uma edição digital da poesia reunida de José Juan Tablada. Sua pesquisa se concentra na narrativa interativa e na criação de mídias digitais.
Rodolfo Mata publicou sete livros de poesia, sendo o mais recente "Desescribir" (2021), de poesia visual. Mantém o blog "Qué decir" e, junto com Diego Bonilla, o site "Bio Electric Dot", onde se encontra o poema eletrônico "Big Data" (2019). É pesquisador no Instituto de Investigações Filológicas da UNAM. Trabalhou com a obra de José Juan Tablada, sendo seu projeto mais recente a reformulação do site "José Juan Tablada: vida, letra e imagen" (2021). Sobre as relações entre literatura, ciência e mídias digitais, publicou, junto com Leonardo Flores e Claudia Kozak, a "Antologia Lit(e)Lat Volume 1" (2020), dedicada à literatura eletrônica latino-americana. É coautor, junto com Regina Crespo, das antologias "Ensayistas brasileños" (2005) e "Alguna poesía brasileña 1963-2007" (2014).
Miguel Ortiz Ulloa é Comunicador Social pela Universidade Autônoma Metropolitana (UAM-Xochimilco) e Cinefotógrafo pelo CUEC-UNAM. Recebeu menção honrosa na Kodak Film School Competition 2004 por "El paisaje del cuerpo". Trabalhou com cinema, HD e realidade virtual (VR), realizando documentários, ficção, comerciais, videoclipes e programas de TV. Membro da Associação Mexicana de Cinefotógrafos desde 2005, sua atuação como documentarista antropológico tem apoiado pesquisas sobre estilos de vida na América. Foi jurado no DOCSDF e professor na UAM-Cuajimalpa. Atualmente, leciona Cinema Documental na Faculdade de Música da UNAM. Em 2016, fotografou "Ávido", o primeiro curta interativo em VR. Desde então, tem desenvolvido projetos de VR e cinema modular, como "Uku Pacha", em parceria com a Universidade de Cuenca.
Carole Chargueron é membro do Sistema Nacional de Criadores de Artes do México. Obteve sua licenciatura e mestrado em música e ingressou no curso de música eletroacústica em Nice. Viajou para os Estados Unidos para estudar na CalArts com Morton Subotnick e graduou-se no CNSMD de Lyon. Desde 1998, reside no México, onde criou, em 2000, o "Taller de Electroacústica" da Escola Superior de Música. Foi parte do corpo docente do "Diplomado Transdisciplinario" do CENART “Tránsitos”. Recebeu diversas bolsas do FONCA, do IBERMÚSICA e uma encomenda do CEPROMUSIC para a comemoração do Palácio de Belas Artes. Suas peças foram apresentadas no MUAC, no FIMNME e no exterior. Mantém os sites [SoundCloud](https://soundcloud.com/carole-chargueron) e [Vimeo](https://vimeo.com/user6423207)."
link da obra https://www.bioelectricdot.net/bigdataespanol
Outras obras:
Scholarly Stanzas >> ¿Pregunta? >> Selfie >> Silencio vacío
Ano: 2017, País: Estados Unidos, México
Categorias: Literatura Autogerada, Oralidade, Vídeo