Selfie

Rodolfo Mata y Diego Bonilla

"Selfie", de Rodolfo Mata e Diego Bonilla, é um poema generativo, permutacional e aleatório que se reconstrói continuamente com a ajuda de um computador, preservando a essência da poesia como arte da palavra. A aleatoriedade é controlada e opera em determinados níveis, permitindo manter um horizonte de significação e coerência. As variações apresentadas podem ser entendidas como alternativas do processo de composição poética, proporcionando uma experiência fluida em vez de uma versão definitiva em papel.

A estrutura visual apresenta três alternativas simultâneas para cada estrofe, destacando a opção central, enquanto um modelo 3D em movimento é exibido ao fundo. A voz gravada e filtrada adiciona inflexões que enriquecem a experiência auditiva, sendo recomendado o uso de fones de ouvido para apreciar plenamente a ambientação sonora.

A obra possui duas formas de apresentação: uma contínua e outra interativa. A interação permite avançar na leitura visual e cria um efeito de coro à medida que o leitor explora as opções de leitura. Essa estrutura dinâmica destaca a multiplicidade de possibilidades na poesia digital, explorando como a tecnologia pode expandir as opções de composição e leitura em um contexto não linear. Foi criada como um arquivo executável utilizando o software Director.


Rodolfo Mata publicou sete livros de poesia, sendo o mais recente "Desescribir" (2021), de poesia visual. Mantém o blog "Qué decir" e, junto com Diego Bonilla, o site "Bio Electric Dot", onde se encontra o poema eletrônico "Big Data" (2019). É pesquisador no Instituto de Investigações Filológicas da UNAM. Trabalhou com a obra de José Juan Tablada, sendo seu projeto mais recente a reformulação do site "José Juan Tablada: vida, letra e imagen" (2021). Sobre as relações entre literatura, ciência e mídias digitais, publicou, junto com Leonardo Flores e Claudia Kozak, a "Antologia Lit(e)Lat Volume 1" (2020), dedicada à literatura eletrônica latino-americana. É coautor, junto com Regina Crespo, das antologias "Ensayistas brasileños" (2005) e "Alguna poesía brasileña 1963-2007" (2014).

Diego Bonilla é professor na California State University, Sacramento, e no Instituto de Investigações Filológicas da UNAM. Seu trabalho abrange literatura eletrônica, realidade virtual e humanidades digitais. Seus projetos mais destacados incluem "Scholarly Stanzas" (2023), uma colaboração entre humanos e inteligência artificial que explora teorias da comunicação, e "Big Data" (2019), um poema-vídeo generativo que foi finalista do Prêmio Coover. Seus filmes de realidade virtual "Pitched Together" (2024) e "Uku Pacha" (2021) receberam reconhecimento internacional. Sua obra pioneira "A Space of Time" (2003) ganhou o primeiro prêmio no Festival Internacional de Cinema de Moscou. É coautor de "Tablada hipertextual" (2020), uma edição digital da poesia reunida de José Juan Tablada. Sua pesquisa se concentra na narrativa interativa e na criação de mídias digitais.