VídeoDreams

Fernando Montes Vera

"Vídeodreams", de Fernando Montes, é um romance transmídia que cruza narrativa, videogame, música e arquivos digitais associados às décadas de 1980 até a atualidade. A obra é composta por capítulos acessíveis na web, onde alguns funcionam como videogames e outros como sites que combinam texto, imagens extraídas da internet e visuais gerados com DALL-E mini. Para seu desenvolvimento, foram utilizadas várias tecnologias, incluindo HTML5, JavaScript, Unity, C#, Live e Reason, criando uma experiência imersiva e multimídia.

A trama segue Cherry Fix, uma artista em uma Buenos Aires dos anos 2010, que, à beira da extinção, fica presa em uma intriga criminal em um submundo exclusivo. Diferentes influenciadores aparecem assassinados durante transmissões ao vivo, e Cherry se depara com uma rede de tensões onde "a alma é software". O autor descreve "Vídeodreams" como um romance experimental de caráter arqueológico na internet das últimas décadas, inspirada em temas como o neurocolonialismo, a relação entre tecnologia e o sagrado, e as exclusões nas artes e nas redes.

"Vídeodreams" se inspira em antecedentes como 17776, de Jon Bois, explorando novas formas de leitura interativa e oferecendo ao leitor/jogador surpresas audiovisuais e neuromoduladoras. A obra convida à reflexão sobre os códigos de interação modernos, os criptorracismos e a personalidade global, em um espaço que cruza o digital e o narrativo, expandindo o gênero da novela através de uma estrutura transmídia.


Fernando Montes Vera Fernando Montes Vera é um autor, editor e desenvolvedor argentino. Publicou "La masacre de Reed College" (Prêmio Dakota de novela, 2012). Em 2022, publicou a novela transmedia "VídeoDreams", um projeto de criação de uma década que se expandiu como novela digital, videogames, um álbum de trilha sonora original, videoclipes e um trabalho de arqueologia eletrônica em diálogo com a história. "VídeoDreams" contou com uma bolsa de criação do Fundo Nacional das Artes e também foi premiado na histórica FlashParty na Argentina, com uma menção honrosa nos prêmios da Electronic Literature Organization. Como editor, atuou na "The Buenos Aires Review" e foi responsável editorial do Museu de Arte Moderno de Buenos Aires.