var x = ¿con qué unidad mides la ausencia?

Nicté Toxqui, Rodrigo Velasco

"var x = ¿con qué unidad mides la ausencia?" é uma obra web audiovisual na qual convergem a poesia e a arte algorítmica. Trata-se de um projeto em que a hibridação de diversos processos entre Nicté Toxqui e Rodrigo Velasco tem como objetivo dialogar com o leitor através de um poema escrito colaborativamente. O mesmo surgiu graças ao intercâmbio e à composição de saberes entre os autores e os processos dos workshops de escrita criativa e arte na web ministrados pelos mesmos.

A obra é um projeto de código aberto que foi criado através de software livre, cuja poética se constrói a partir de um breve poema repetido sobre diversas "telas" visuais que interpelam o leitor e mudam a percepção a cada passo. Indaga-se a noção de ausência em termos de D. Hawaray: uma necessidade de nomear "um tipo de espaço-tempo para aprender a seguir com o problema de viver e morrer com responsabilidade em uma terra danificada".

O poema explora universos simbólicos entre o sonho, a crise climática, a cotidianidade, o canto, o desencanto e a viagem; tem uma natureza transformacional e gerativa que enfatiza a criação de trajetórias inesperadas e interrompidas. Proveniente do México, tematiza e problematiza a violência que preocupa no país: narcotráfico, vítimas de feminicídio e desaparecimentos forçados, saqueio de recursos naturais, extinção de espécies, anos letais para os defensores do meio ambiente.


Nicté Toxqui (Orizaba, Veracruz, 1994) é escritora e professora. Autora de "Sol Negro" (UNAM, 2024), antologia de poemas que faz parte da coleção de poesia El Ala del Tigre. Foi bolsista da Fundação de Letras Mexicanas, do programa Jovens Criadores da FONCA e do PECDA Veracruz. Seu primeiro livro, "Errata", foi bordado na exposição coletiva Em todos os pontos do bordado (IVEC, 2023). Seu trabalho explora a memória, o corpo e a relação entre literatura, escrita criativa e pedagogia.

Rodrigo Ramírez Velasco (México, 1988) é designer gráfico, artista-programador e músico. Desenvolveu uma linguagem poética que transita entre a arte generativa e a música visual. O seu trabalho é um diálogo de formas e frequências, em que a improvisação e a intuição tecem narrativas em tempo real. Através de peças audiovisuais, a poesia visual revela-se como espaço de descoberta e evocação, apresentando a sua obra no Brasil, Canadá, Reino Unido, Espanha e México. Desde 2016 é fundador do estúdio de design Rúa, especializado em identidade visual, design generativo, experiências visuais ao vivo e ilustração digital. Sua abordagem procura criar peças que transcendam o visual, criando experiências sensoriais.