//SAD TRASH//

Fernanda Marlene Ayala

"//SAD TRASH//", de Fernanda Marlene Ayala, é um vídeo concebido especificamente para os stories do Instagram. A autora argentina utiliza a plataforma do Instagram como um meio de criação e exibição, apropriando-se de gifs que fazem parte da rede social para compor uma narrativa visual. Classificada dentro do gênero de poesia eletrônica, a obra se inspira no conceito de "objeto encontrado", transportando-o para o ambiente digital, onde os gifs se tornam fragmentos reutilizados para criar uma narrativa que se desdobra no tempo efêmero dos stories.

A obra explora as possibilidades do Instagram como arquivo e como plataforma de circulação massiva, em que se diluem as fronteiras entre criador e consumidor, entre arte e entretenimento. Ao empregar gifs preexistentes, "//SAD TRASH//" reflete sobre a natureza do conteúdo digital e sua capacidade de ressignificar imagens de uso comum, transformando-as em elementos de um processo criativo aberto.

Através do vídeo, Ayala convida a repensar a função das plataformas sociais não apenas como espaços de consumo de imagens, mas como ferramentas potenciais para a criação artística contemporânea. A obra dialoga com o conceito de ready-made de Duchamp, levando o objeto encontrado para um ambiente digital, e se encontra em uma tradição que questiona a autoria e a originalidade na era da reprodução em massa e da cultura visual das redes."


Fernanda Marlene Ayala (Buenos Aires, Argentina, 1991) é poeta, artista visual, editora e designer na Perniciosa Ediciones (até 2024) e na Luz Futura Ediciones. Em 2017, participou da primeira residência do FIPR. Em 2023, foi selecionada no concurso Poesía Ya! na categoria “Poesía en voz alta”. É autora dos livros "Family Game" (Perniciosa Ediciones, 2016, Matrerita, 2020 e MalViaje, 2023), "Macumbita" (Matrerita, 2021). Como poeta digital, publicou o livro para histórias do Instagram “Sad trash” (2023), selecionado para fazer parte do pavilhão Verbivoco virtual da Wrong Biennale e do vol. 2 da antologia LitElat; “Consumo Consumação” (2021), poemas-glitch que utilizam códigos QR, e "Esta história não está disponível" (2023).